sábado, 19 de fevereiro de 2011

Volta às aulas!

Quando as férias chegam, ficamos felizes, aliviados com o fim do leva e traz diário do colégio, com a folga das tarefas escolares.
Mas agora que já se passaram 2 meses, todos sentimos saudades da boa e velha rotina.
A Catarina esta semana chegou a dizer: - Que saudade do tema de casa!
E para o diabetes, nada como a rotina. Fora dela, sempre acaba sobrando espaço para uma guloseima a mais! Um exercício a menos!

Desde o diagnóstico, a endocrinologista logo orientou que a Catarina deveria fazer o teste de glicemia e aplicar a insulina também no colégio. Segundo a médica, ela não deveria passar toda a tarde sem controle. Assim, desde o início passamos a fazer o teste no colégio, na hora do recreio, e aplicando a insulina rápida, quando necessário.

Para nossa surpresa (e também orgulho), mesmo com sete anos, nossa filha logo quis aprender a aplicar a insulina e a fazer o teste de glicemia. E assim ela começou a levar o aparelhinho mais a caneta.

Ia tudo bem, até que um dia, um dos seus colegas encontrou uma agulha no chão, picou o dedo e começou a chorar. A professora na época era uma substituta, pois a titular estava em licença maternidade, e acabou mandando ela e o colega para a coordenação. Para a Catarina, aquilo foi como um castigo, e ela passou a não quer mais fazer o teste.

Começamos então eu e, principalmente, a Simone a ir ao colégio todas às tardes, no intervalo, para fazer o teste de glicemia e aplicar a insulina se preciso.

Foi trabalhoso, mas ao fazer o exame da hemoglobina glicada, 6 meses depois, deu 6.8.

Depois disso, trocamos de cidade, e no novo colégio havia enfermaria, onde a Catarina começou a fazer a medição. No início, também ia tudo bem, até o dia em que ela se queixou dos comentários da enfermeira, que ao ver a glicemia alta dizia coisas do tipo: - Hum, não esta bom!

A Catarina então preferiu fazer o teste e a insulinização no banheiro mesmo do colégio. E desse modo ela seguiu.


Na segunda-feira, reiniciam as aulas da nossa filha. Além de encontrar os colegas e a nova professora, ela volta a sua rotina, de todo recreio fazer o teste de glicemia e aplicar a insulina, conforme tabela que ela leva, considerando então os carboidratos do lanche.

Seja bem-vinda, rotina querida do dia a dia!

9 comentários:

  1. Ela faz o teste na casa de banho sózinha? Não é perigoso e se estiver com hipo?

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  2. Pode ser, Mafalda. Mas foi o jeito que ela aceitou fazer. Geralmente, ela vai com uma colega. E a Professora está sabendo. Assim como todos no colégios, principalmente os monitores, que ficam nos corredores cuidando das crianças. Ela ainda leva algumas balinhas se sentir hipo.
    Também cuidamos a dose de insulina dada ao meio dia, para que ela, ao chegar ao recreio, não esteja com hipo. Para isso é importante também a contagem de carboidratos, pois assim podemos calcular a melhor dose de insulina.
    Um abraço, e obrigado pela preocupação

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  3. ...ela esta indo MUITO BEM! Ontem fomos no teatro e depois saímos para jantar... ela foi sozinha (e por iniciativa própria) no banheiro antes da janta fazer o HGT e a insulina... não aceitou a minha ajuda e do meu esposo (nos somos médicos...)...
    eu fico com medo que ela faça a dose errada de insulina... mas meu esposo diz sempre... "a Catarina vai aprender muito mais sobre a diabete e como manejar a hipo/hiper que todos nos! Deixa ela se virar... se fizer hipo, uma glicose... e quanto mais hipo fizer, melhor o controle!" e vamos em frente!

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  4. E isso aí Dinda. Quando relaxamos e deixamos ela se apropriar da diabetes, as coisas ficam mais fáceis. Quando ficamos com medo, preocupados ou tensos as coisas travam... Assim vamos aprendendo, e apoiando-nos uns nos outros. E confiando na nossa pequena! Beijos, e obrigada por estarem ao lado.

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  5. Muito cuidado com o "quanto mais hipo fizer, melhor o controle"... isso não é verdade. Não é a toa que nós batalhamos tanto, fazemos tantos calculos pra nos mantermos nos valores 'normais', 'aceitaveis'...

    Existem muitos estudo falando sobre hipoglicemias e o que elas podem causar ao cerebro em longo prazo.

    O ideal é não ter hipo nem hiper.

    Muitas correções de hipoglicemia com glicose, podem aumentar o peso do paciente e aumentar cada vez mais sua necessidade de insulina...

    Mas eu concordo que a Catarina deve ser independente sim... só ela saberá identificar os sinais que o corpo dela dá !!

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  6. Concordamos com você Nicole, não podemos fazer das hipoglicemias um balizador para o controle do diabetes.

    Com certeza, temos que cuidar MUITO com as hipoglicemias. Mas o ideal de não ter hipo nem hiper, somente para quem NÃO tem diabetes, pois mesmo com a contagem de CHO ainda não estamos livres destes fantasmas.

    Que fique claro: AQUI EM CASA NÃO PROVOCAMOS HIPOGLICEMIAS PARA CONTROLAR O DIABETES; quando ocorrem (e para nós foram raras) são pelos três principais fatores que acometem qualquer diabético:
    * Erro no uso da medicação, principalmente, insulina;
    * Atraso em se alimentar;
    * Muito exercício sem automonitorização

    Até hoje, em um ano e três meses de diagnóstico, tivemos três episódios de hipoglicemia. O primeiro 48, andando de bicicleta. O segundo 55, não quis parar de brincar para se alimentar. O terceiro e mais recente 54, madrugada, se alimentou pouco na hora do jantar.

    Mas também não podemos esquecer dos fatores emocionais (sempre presentes) que elevam ou baixam a glicemia sem marcar horário. Para isso ainda não inventaram um aparelho medidor.

    Acho que vamos ao encontro com seu outro post: é difícil explicar, explicar e as pessoas não compreenderem. Às vezes, quem é leigo no assunto acredita que as hipos são benéficas. Por isso é tão bom termos estes espaços virtuais para trocarmos figurinhas.

    Valeu pela preocupação e esclarecimento a respeito do perigo das hipoglicemias.

    Abraço, Simone.

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  7. tenho CERTEZA que o ideal é não fazer hipo ou hiper, porém isto é humanamente impossível...

    em todas as doenças crônicas, manter o controle em 100% do tempo e ser FELIZ não é possível!

    desculpa se a minha frase foi mal interpretada, como médica conheço muito bem os efeitos fisiológicos da hipoglicemia e da hiperglicemia...

    na verdade, quero que acima de tudo, a CATARINA SEJA SEMPRE MUITO FELIZ!

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  8. Sim sim, é isso que importa, estar feliz e lidando bem com o diabetes!

    Eu quis falar sobre a hipo, porque muita gente lê os blogs e os comentários, e uma má interpretação pode gerar uma confusão enorme.

    E realmente, por mais que contemos carboidratos e tudo mais, é impossível estar sempre dentro dos limites normal.

    Eu conheço gente que aumenta as doses de insulina pra ter hipo de poder comer... e abaixar o A1c !! Em nenhum momento eu pensei que vcs fizessem isso!!!

    Um beijão pra Catarina!!
    E vcs viram o acampamento que tem aí na região de vcs???

    http://www.icdrs.org.br/acampamento_icd_2011.php

    Outra coisa, vcs estão no facebook?? Tem um grupo de Bate-papo sobre diabetes muito legal!!
    Se tiverem, procure por Minha Filha Diabetica SP, me adicionem e eu coloco vocês no grupo!

    beijo

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  9. ah Nicole, como lamentamos da Catarina não ter participado deste acampamento.
    Mas as atividades do ICD são só para os pacientes do instituto, ou seja na maioria pacientes do SUS.
    No site do ICD não fica bem claro, mas nós fomos até lá e não nos cadastraram em nada, nem nos convidaram para participar de nada, pois a Catarina não foi encaminhada para tratar a diabetes pelo ICD.
    Como a Catarina não é paciente, ela não pode participar, mesmo sendo diabética tipo 1 e morando em Porto Alegre, sede do Instituto.
    O ICD atende exclusivamente seus pacientes, não abrindo para outras crianças da comunidade que queiram participar.
    Ok, esse é o foco deles, que bom que existe esta instituição para ajudar estas famílias e crianças. Mas como ainda não encontramos um espaço, associação, grupo que nos acolha e a outras famílias na mesma situação, vamos em frente.
    Vamos buscar nosso espaço e começar algo, não dá só pra ficar reclamando. Estamos mal assistidos de associações aqui no sul,não temos uma ADJ como aí em SP, ok vamos começar algo novo.
    Um dia sai alguma coisa.
    Se você conhece outras famílias aqui do sul que tenham estes mesmos interesse diga para falarem com a gente.
    Beijos, Simone.
    Ah, vamos te procurar no Face sim.Obrigada pelo convite.

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