Somos uma familia que desde a primavera de 2009 convive com a diabetes tipo 1 de nossa filha Catarina, então com 7 anos. A partir de lá aprendemos bastante: aplicar insulinas, fazer teste de glicemia, furar o dedo, contar carboidratos, evitar doces... Agora, queremos com este blog trocar experiências com outras familias.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Olhar para o lado
Dia desses fui buscar a Catarina no colégio, e com o frio que anda fazendo por aqui estamos sempre correndo, tentando escapar dele. Como se isso fosse possível.
O colégio dela é bem no centro. Logo, pessoas apressadas não faltam por ali.
Ao cruzar a porta do colégio, já na calçada, passa por nós um menino, lindo, passeando com seus pais, ou familiares. Seu rosto era meigo, tranquilo, feliz. Devia ter entre seus 10 e 12 anos. Eles também deviam estar indo para casa, fugindo do frio. Só que a pressa deles era menor que a nossa. Ora, ir pra casa numa cadeira de rodas, no centro da cidade, não é tarefa para apressados.
No instante em que passamos por eles, a Catarina diz: "ai que lindo ele, mãe, todo bonitinho."
Eu disse: "...é mesmo filha. Que guri bonito!"
Mais uns passos até a parada de ônibus e eu falei: "...sabe, filha, quando vejo uma criança cadeirante, o diabetes fica tão pequeno pra mim. Claro que quem vive e sente as dificuldades é tu. Tu é que sabes, dos dias bons e ruins, mas acho que não poder andar, correr, pular deve ser bem mais difícil, para mim, é claro."
Ela disse: "é verdade mãe, acho que essas pessoas devem ter dias bem ruins, com vontade de sumir..."
Falei: "com certeza."
Quem não tem esses dias?
Nosso ônibus chegou. Lembrei do filme "Mar adentro", que conta a história de um homem que se vê, de uma hora para outra, tetraplégico. Grande filme.
E nessa pequena viagem de ônibus pensei: como é bom poder olhar para o lado, e aprender com as pessoas, não somente esbarrar nelas.
Como é bom poder olhar para o lado, e se sensibilizar com os sujeitos que cruzam o nosso caminho.
Como é saudável olhar para o lado, e enxergar que as dificuldades nos tornam mais humanos.
Abraço, Simone.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Festa do Pijama
Sexta passada a Catarina foi dormir na casa de uma amiga. Aniversário com Festa do Pijama.
Era a primeira (eu disse PRIMEIRA, imaginem como eu estava) vez que ela dormiria fora de casa.
Ela estava eufórica, confiante, mil planos, mochila pronta, e sua sempre presente determinação e auto-confiança. Sim, minha filha é um poço de determinação.
Pedi que ela me ligasse para falar a glicemia, e eu monitorar por telefone.
Falou que só ligaria uma vez, que ela resolveria sozinha a quantidade de insulina na hora de comer. Só ligaria antes de dormir. UFA! Já era alguma coisa. Melhor que "não vou ligar".
Ok, chegou da escola tomou um banho e fez um lanchinho. Glicemia 114. Comeu uma porção de batatinha assada e uma saladinha básica. Boa saladeira que é, sabia que lá não teria seu prato preferido: salada de alface americana com tomate e molho de mostarda.
Beleza. Deu tchau e se foi.
Eu, fiquei com o coração na mão. Mas também, fiquei confiante!!
Queríamos muito que ela tivesse essa experiêncioa de sair um pouco de baixo da asa do pai e da mãe.
Os filhos precisam. Sufocamos demais!!
Bem, lá pela meia noite ela ligou: glicemia 280. Falamos para não fazer insulina. Como estava fora de casa é bom dormir assim, mais alta.
No outro dia às 10 horas fomos buscá-la.
Estava feliz, tinha se divertido muito.
Contou que depois de comer, mais um tempinho de brincadeiras, foi ao banheiro, mediu a glicemia e deu 370 e tantos. Ela calculou, do jeito dela, e fez 7 unidasdes de insulina (lhe explicamos que cada UI baixa mais ou menos 50 da glicemia). Fez para corrigir, e um pouco a mais, pois pensou em comer umas guloseimas mais.
Foram dormir lá pelas 3h da madrugada. Disse que teve uma hipo, mais tarde, quando estava querendo dormir. Não mediu nada, mas o corpo avisou. Tinha levado um Nescauzinho Light (21g de CHO), providencial.
Os pais de sua amiga sabem que ela tem diabetes, e estavam dispostos a ajudá-la. Mas, a Catarina prefere assim. Temos que respeitar, confiar e encorajar.
Acredito que ela é capaz de se cuidar.
Isso é o mais importante: ACREDITAR.
P.S.: a moça da Roche ainda não veio, pois a bomba dela está em manutenção. Assim que ela agendar avisaremos.
Boa semana,
Simone,
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Domingo, futebol e... glicemia
Foi um domingo emocionante!
A Catarina pode ingressar no gramado do Beira-Rio, e segurar a bandeira do nosso time do coração, enquanto eram tocados os hinos brasileiro e riograndense.
Depois, assistimos juntos a partida e, é claro, não esquecemos de fazer nosso teste de glicemia.
Fotos by Fred Colorado
A Catarina pode ingressar no gramado do Beira-Rio, e segurar a bandeira do nosso time do coração, enquanto eram tocados os hinos brasileiro e riograndense.
Depois, assistimos juntos a partida e, é claro, não esquecemos de fazer nosso teste de glicemia.
Fotos by Fred Colorado
terça-feira, 7 de junho de 2011
Última consulta no endócrino
Sábado passado, ao meio dia, tivemos consulta com o endócrino da Catarina.
Motivo: ela decidiu que vai usar bomba.
Ok, já tivemos algumas conversas anteriores a respeito, mas ela preferia as canetas.
Acredito que passados alguns episódios de hipos, principalmente na madrugada, mais o fato de ela acompanhar as notícias da Maria Vittória, que partilhou na rede todo o processo de adaptação à bomba, ela decidiu e manifestou seu desejo. E claro, após colocar na balança os benefícios e facilidades que a bomba oferece, decidiu tão decidido, que nos pegou de surpresa. Algo como: "até agosto eu quero estar usando a bomba!".
Amadureceu, no seu tempo, uma idéia que vai fazer mudanças significativas no seu dia-a-dia. No dia-a-dia de toda a família.
Estamos indo devagar.
Esta semana fizemos contato com o pessoal da Roche. Vamos receber a visita de uma moça que usa a bomba, e que vai nos explicar seu funcionamento.
Ela está ansiosa.
Nós, ao seu lado, ansiosos também.
Quem não ficaria?
sexta-feira, 3 de junho de 2011
E o frio chegou.....
O inverno é ótimo, adoramos!!
Sopas, cafés, leite quente, foundes, laranjas, passear no sol,
se encher de casacos, lenços e cachecóis, curtir a serra gaúcha...
Mas o frio também é um saco!
Aplicar insulina no frio é dolorido às vezes...
Fazer rodízio fica limitado.
Qual a criança que vai querer tirar blusão e camiseta para aplicar no braço.
Ou abaixar a calça para fazer na perna.
Temperatura de 10ºc...tá louco!!
Vai na barriga mesmo!
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