quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Saindo do foco - é bom aprender com o diferente

Quando criança, eu simplesmente achava que era um bebê adorável, naturalmente charmoso e a criatura mais amável da face da Terra. A minha bem-aventurada ignorância infantil era uma benção. Não sabia que era diferente ou que teria pela frente um batalhão de dificuldades. Sabem de uma coisa? Acho que a vida só nos dá o que temos condições de suportar. Juro que, para cada deficiência ou defeito que você tem, a vida o abençoou com muitas habilidades e talentos para superar seus obstáculos.

Deus me equipou com uma incrível determinação, bem como outros dons e talentos. Logo dei mostras de que, mesmo sem braços e sem pernas, era atlético e tinha boa coordenação motora. Mesmo que meu corpo fosse apenas um tronco, era também um menino traquinas e intrépido, que adorava rolar e não parava. Aprendi a me colocar em posição vertical ao apoiar minha testa contra a parede e me aprumar. Meus pais passaram horas comigo tentando me ajudar a dominar um método mais confortável, mas sempre insisti em encontrar meu próprio jeito.

Minha mãe tentava me ajudar espalhando almofadas pelo chão para que eu pudesse usá-las como ponto de apoio para me levantar. Por alguma razão, decidi que era melhor encostar minha testa na parede e me erguer(...).

Não sei exatamente qual é o fardo que você carrega, tampouco vou fingir que já enfrentei crise semelhante à sua, mas dê uma olhada no que meus pais passaram quando nasci. Imagine como se sentiram. Pense como o futuro parecia sombrio.
Talvez nesse exato momento você não consiga ver a luz no fim do próprio túnel, mas saiba que meus pais também não conseguiam prever a vida maravilhosa que um dia eu teria. Não faziam ideia de como o filhinho deles não apenas seria autossuficiente e se dedicaria com afinco a uma carreira, mas também seria feliz, com uma vida cheia de alegrias e propósitos!
A maior parte dos temores dos meus pais jamais se materializou. Certamente me criar não foi tarefa das mais fáceis, mas acho que, apesar dos pesares, tivemos uma boa dose de alegria e felicidade.”


Esse pequeno trecho de uma grande história está no livro
Uma vida sem limites, de Nick Vujicic, Ed. Novo Conceito, 2011.

Eu geralmente escolho livros por afinidade com autores e temáticas, indicação de amigos, comentários em jornais e revistas, alguns clássicos, leitura obrigatória de trabalho.
Mas este livro eu não escolhi.
Ele me escolheu quando, de frente para a sua capa, me deparei com a foto de Nick.
Sim, a foto já conta uma grande história de luta, sofrimento, de batalhas emocionais, de vitórias, e como ele mesmo relata, de felicidade e alegrias.

Como aqui em casa somos devoradores de livros (não de doces,hehehe), partilhamos a noite de algumas leituras e comentários.
A Catarina ao saber da história do Nick, na mesma hora disparou:
“O diabetes não é nada perto dessa história”.
Quem sou eu pra discordar?
Pra mim o diabetes fica pequeno.
Se a história do Nick ajudou? Eu não sei.
Eu só sei que somos humanos, sempre vamos comparar.
Estabelecer parâmetros.
Mas antes de tudo, é preciso se sensibilizar.
Eu me deixei tocar por esta história incrível de uma vida sem limites.
Fica a indicação. Abraço, Simone.

4 comentários:

  1. Sabe Simone...não entendo por que as pessoas se revoltam tanto com a Diabetes! Claro que seria melhor se não a tivéssemos...Mas já que temos, porque não procurar lidar da melhor forma? E outra, se para o futuro eu vier a desenvolver alguma complicação, sei que fiz o melhor que pude...fazer o quê né! Concordo plenamente com a Catarina, se uma pessoa com condições bem mais complicadas que nossa, procura viver sua vida da melhor forma...Por que não podemos fazer o mesmo? Bj!

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  2. É isso mesmo Dani. Quando eu só olho o meu mundinho, ele fica pesado e cinzento. Quando eu olho a realidade de outras pessoas, o meu mundinho se enche de flores (mesmo que com espinhos)e de dias de sol. Um beijão pra você...

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  3. Simone lendo sua postagem, realmente o diabetes do João ficou muito pequeno, é claro que não posso ignorar os cuidados que temos que ter, mas sempre ou pelo menos tento, sempre olhar as coisas da melhor maneira possível e se fosse ele como o Nick, como seria???? Só tenho que agradecer por meus filhos serem maravilhosos.
    Beijos

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  4. Sílvia, vc acredita que no livro o Nick afirma que tem pessoas no mundo que sofrem muito mais que ele! Isso que é cabeça, hein? Despreendimento total!!
    Agradeça sempre, seus filhos são uma benção!!!Abração amiga.

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