quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dedos de Pianista

Lembro quando fui furar o dedo da minha filha pela primeira vez. Precisava colher uma gotinha de sangue para a medição da glicemia.

No consultório da endocrinologista tudo pareceu fácil. Mas quando chegamos em casa, a coisa não funcionou assim de modo tão simples. Fiz a primeira tentativa, o primeiro furo, mas não deu certo. Não saía sangue. Não queríamos fazer um furo maior, para evitar a dor, mas ele ficou tão superficial que acabou não saindo sangue. Fui para outra tentativa, agora aumentando o “calibre” do lancetador. O furo ainda foi pequeno, mas apertando um pouco, a gotícula vermelha acabou se formando, suficiente para fazer o teste.

Depois isso, muitas outras tantas vezes, acabei não conseguindo fazer um furo que desse sangue suficiente para o teste. Mesmo depois de quase dois anos de prática, ainda tem dia que falho na primeira tentativa e não consigo logo o sangue necessário para o glicosímetro.

Talvez por isso, para mim, o mais incômodo, no dia a dia, é o bendito furo no dedo, repetido pelo menos 5 vezes ao dia: ao acordar, meio-dia, lanche, janta e ao deitar. Mas ainda assim, bendito furo, pois graças a ele podemos ter um controle saudável sobre o diabetes.

Mas estes mesmos dedos que nós furamos todos os dias, agora também estão fazendo arte. A Catarina está estudando piano e, para nós, pais corujas, já toca lindamente. É emocionante ver seus dedos de pianista.


Abraço, Ricardo

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