domingo, 24 de julho de 2011

Sair sem glicosímetro e insulina

Pois é, isso acontece.
Não é o ideal, mas como somos humanos, algumas coisas passam.
O fator “FÉRIAS” colaborou.
Eu, Catarina e Miguel fomos passear de tarde. Coisa rara, pois neste horário, na maioria dos dias, ela está no colégio.
Então, além da fralda, mamadeira, chupeta, paninho, e todos os badulaques que se carrega para um bebê, mais celular, chave do carro, carteira, prender a cachorra na área de serviço, se encasacar por causa do frio, fechar a casa - tudo isso carregando Miguel e seus 11kg no colo- e finalmente sair.
Ufa!! Já cansei só de recordar...
Saindo da garagem, me dei conta que tinha esquecido o kit glicosímetro/insulina.
Ora, era só dar a volta na quadra, descer do carro, subir ao apartamento e pegar o kit.
Falei pra Catarina e ela disse: “ah mãe, não precisa!”.
Daí decidimos: “ok. Voltar? Não!”
Ela até falou: “com a bomba isso não vai acontecer...”
Numa fração de segundos, lembrei que o local aonde iríamos tem uma farmácia bem pertinho. E lá eles fazem teste de glicemia por R$1,00. Claro é uma farmácia especializada em produtos diabéticos. Isso facilita, bastante.
Não é toda farmácia que dispõe deste serviço. Legal se fosse assim em toda farmácia, mas a Anvisa deve exigir, no mínimo um técnico de enfermagem.
No caso, esta farmácia tem um profissional habilitado.
Mas precisávamos também da insulina, pois ela queria fazer um lanche.
Beleza! Resolvemos assim, iríamos até a farmácia e pronto.
Compramos uma caneta de Apidra, e ela fez o testezinho. Mais umas agulhas avulsas e fomos lanchar. Glicemia 217. Ok, corrigimos e já fizemos para cobrir o sorvete que ela comeria.
Férias... é isso aí.
Esquecemos, abusamos, corrigimos, aliviamos, inventamos, ponderamos.
Acho que as vezes a gente acaba – inconscientemente – saindo da rotina de controle excessivo e massante que o diabetes nos impõe.
Mas o que é sair do controle? Pra mim é poder pensar em alternativas flexíveis.
Claro que, se fôssemos para um lugar sem o recurso da farmácia teria pensado duas vezes.
Ou, teria voltado assim que me desse conta do esquecimento. Ou, teria feito o passeio, deixando ela comer o sorvete, voltando assim que pudesse pra casa.
Depois de um tempo, aprendi que o stress de contrariar algumas decisões da Catarina - como não querer voltar para casa para pegar o testezinho - ou deixar de fazer algo por causa da diabetes faz a glicemia dela subir mais.
Lição de casa nas férias: praticar o jogo de cintura.

2 comentários:

  1. Domingo passado tb fui almoçar na casa da sogra e esqueci a Humalog... Raramente isso acontece...eu tinha certeza que estava na minha bolsa...Comi primeiro (se soubesse que não tinha levado insulina, tinha dado uma maneirada né...)...aí fui pegar a insulina...cadê??? O engraçado é que a nossa reação na hora é pensar: vou embora!!!Aí parei pra pensar...resolvi ficar...e deixar pra corrigir depois em casa...Tá certo que cheguei em casa e tava 300...mas aí apliquei a insulina e logo depois já estabilizou...sem neuras né...Bj!

    Fiquei curiosa com uma coisa...Ela tá usando bomba? Mesmo com a bomba ia precisar de caneta pro lanche?

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  2. Eu também acho: menos neuras e mais qualidade. Sabe que depois que relaxamos em ansiedades, a Catarina tem levado as coisas mais na boa, como fazer insulina na frente de outras pessoas, contar para as amigas, falar mais sobre o diabetes, se cuidar com a alimentação. Nada como o tempo...
    Bem, a bomba tá demorada. Ela tá super ansiosa, quer experimentar para poder comparar, e decidir. Eu acredito que tem muitas pessoas fazendo teste drive e eles tem um número limitado de bombas para testagem no Brasil. Estamos ainda aguardando a chegada da que ela vai usar para teste. Pelo menos foi o que nos disseram, que tem uma lista de espera e as bombas vão sendo liberadas e encaminhadas. Aguardemos. Beijos...

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