Quando recebemos o diagnóstico do diabetes tipo 1 da Catarina, a primeira imagem que veio a minha cabeça foi a do meu tio avó, morador do interior do Paraná, diabético tipo 2, que carrega para todo o lado um isoporzinho com ampolas de insulina mais seringas para aplicação. No ano anterior ele nos visitou, e ao chegar em nossa casa, pediu para guardar as insulinas na geladeira, deixando o isoporzinho do lado, junto com as seringas. Pensei que a minha rotina seria igual, aplicando insulina na minha filha com aquelas agulhas enormes e carregando para cima e para baixo todo o aparato. Para completar o quadro, naquela mesma semana do diagnóstico, foi estampado na capa da Zero Hora o drama do ex-jogador de futebol Escurinho, que amputara o pé em função do diabetes.
Para meu alívio, a médica endocrinologista, no instante seguinte ao diagnóstico, logo indicou as canetas para aplicação da Lantus e da Apidra. Dali saímos para a farmácia, para comprar o glicosímetro e o lancetador, quando então também fomos acalmados pela atendente da farmácia, que nos mostrou como o furinho no dedo era praticamente indolor.
Um mês depois, outro anjo entrou em nossa vida: conhecemos uma nutricionista, também diabética tipo 1, que soube nos ensinar a contagem de carboidratos.
Desde então, passamos a ter uma vida muito mais saudável, com uma dieta equilibrada, sempre procurando fazer exercicios físicos com frequencia.
Assim, olhando para trás, e principalmente ao nosso redor, não podemos deixar de concluir que já temos uma cura: a insulina. E essa conclusão fica ainda mais gritante quando olhamos aquelas fotos do primeiro menino a ser tratado com insulina.
É óbvio que o ideal seria não precisar aplicar insulina. Não há dúvida que furar os dedos várias vezes ao dia é muito chato. Mas quando tomamos consciência que são estas medidas que tornam a convivência com o diabetes a vida mais saudável que antes, não podemos deixar de pensar que já alcançamos a cura.
Somado a isso, sabemos que muitas pessoas sérias e estudiosas estão procurando outros tratamentos e trabalhado no aperfeiçoamento do que já existe. Temos a convicção de que haverá muitas outras melhorias na vida dos diabéticos, inclusive aquilo que poderemos chamar de cura definitiva, seja por células-tronco, seja pela evolução das bombas artificiais de insulina, seja por algum outro meio desconhecido. Enquanto isso, vamos vivendo nossa vida do modo mais normal possível, aceitando os desafios encontrados, e lutando com as armas que temos.
Ricardo Vollbrecht
Nossa gente...ótimo serviço prestado que vcs tiveram desde o início! Isso com certeza faz a maior diferença. Já começar o tratamento com o melhor de insulina, e com, contagem de carboidratos, fizeram vcs pular muitas etapas ruins, de começar com uma e ver que essa não está dando certo...Na hora de comer são muitas dúvidas de quanto comer e acertar a dose da insulina, as hipos terríveis...fora todos aqueles medos de uma coisa que vc não conhece mas fará parte da sua vida daquele instante em diante...E ainda agora vcs vão tentar a bomba né? É isso aí o caminho! Abração!
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