Como contraponto e para reflexão, segue e-mail de pai enviado para nós, no qual ele demonstra que para o filho dele a bomba está sendo muito boa:
"Prezada familia Tipo 1.
Venho acompanhando seu blog a algum tempo juntamente com outros que se dedicam à troca de experiência sobre a convivência com filhos DM 1. Não costumo postar nenhum comentário, apenas acompanho o desenvolver dos assuntos neles tratados (fiz apenas um comentário no blog da Nicole sob o título "comentários de um pai" a alguns meses atras). Não sou médico, nem psicologo, nem especialista ou qualquer outra atividade na área de saúde (minha área é a financeira), sou apenas um pai de um menino com 13 anos completados nesta sexta feira dia 05 de agosto e que foi diagnosticado com DM 1 em julho de 2009, ou seja, a 2 anos atrás. O que me fez escrever para vocês, foi a postagem em que vocês desistiram de utilizar a bomba de insulina. Tambem não sou representante da Roche. Meu filho é usuário dessa bomba a 2 meses (1 mês de teste drive e 1 mês com a bomba comprada). Gostaria de dividir com vocês minha experiência com a adaptação desta nova etapa. Como sua filha, meu filho também utilizava a Lantus e a Apidra e seu controle era considerado muito bom (glicada sempre em torno de 7%) e estávamos totalmente adaptados a essa terapia. Como sua filha, meu filho tambem pediu para fazer o teste com a bomba. No inicio foi tudo muito difícil, pois a ansiedade de todos foi um grande complicador para podermos ajustar as doses e as glicemias não ficavam boas. Levamos uns 15 dias para começarmos a acertar. Tinhamos muitos medos do tipo; se a bomba desse uma pane e injetasse muita insulina, se parasse de funcionar durante a noite, não estávamos acostumados a dar Apidra para corrigir a ceia, davamos a lantus antes de dormir, ele fazia a ceia e íamos dormir tranquilos. Agora com a bomba não, tínhamos que corrigir mesmo na ceia e deixa-lo dormir apenas com a basal. Tivemos dificuldades com o acesso (uma vez ele soltou durante uma partida de volei e algumas vezes ele entopia e a glicemia ficava esquisita), mas continuamos tentando. Para nossa surpresa meu filho não teve problemas em dormir com a bomba (dorme numa boa com ela). Ele só decidiu que queria continuar a usar a bomba a 3 dias do término do teste drive e hoje ele (e também nós pais) temos a certeza de que fizemos a escolha certa. Acredito que o controle do diabetes se dará no futuro de 2 maneiras: através de medicamentos e atraves de tecnologia. Não podemos abrir mão de nenhuma das duas. A bomba é o que temos de mais moderno na atualidade e é um estágio anterior ao tão esperado "pancreas artificial".
Cada experiencia é única, mas mesmo assim acho que devemos compartilhá-la. Hoje tudo está diferente, mas como tudo tem seu lado positivo e seu lado negativo vou enumerá-los sob a minha ótica:
Negativo:
Estar com a bomba conectada 24 horas por dia (exceto quando toma banho).
Custo da bomba e dos insumos.
Positivo:
Liberdade quase que total - Ele não precisa dosar e aplicar insulina via caneta na escola. No recreio ele apenas coloca na bomba a quantidade de carboidrato que irá comer e pronto, faz isso diretamente na bomba sem usar o Smart. Muito mais discreto.
Hipoglicemia - Redução significativa nos episódios de hipoglicemia.
Horários: Muito mais liberdade nos horários para se alimentar, praticamente acabamos com a obrigação de se alimentar a cada 3 horas.
Por mais que estávamos acostumados com as canetas, era muito chato (por que não falar triste) aquele processo de atarrachar a agulha, contar a quantidade de unidades e fazer a aplicação.
Precisão - Hoje ele toma quantidades fracionádas, tipo 3,4 unidades, 0,8 unidades ajudando em muito ao controle.
Menos "tralha" para carregar quando saímos. Levamos apenas o Smart, pois o resto já está conectado a ele. Nada de insulina e agulhas.
Discreto - Tranquilidade em restaurantes ( nada de agulhas e aplicações).
Outro dia ele estava no quarto dele com um grupo de amigos jogando video game, quando minha mulher serviu o lanche para todos e de longe mesmo ela comandou a bomba com a quantidade de carboidratos que ele iria ingerir e mandou para a bomba, ele apenas sentiu ela trepidar e mais nada, ou seja, ninguem percebeu nada e ele continuou jogando.
Não estou aqui tentando convencer vocês a continuar, apenas estou mostrando minha experiência. O início de tudo é complicado mesmo (principalmente para quem tem bom controle com as canetas). Como provavelmente vocês já pagaram os R$ 650,00 para o teste drive, tente um pouco mais.
Não sei, mas uma alternativa era vocês pais usarem por 3 dias a bomba em vocês (logicamente desligada e sem insulina), apenas para ver como é ficar com ela 24 horas (dormir inclusive) e poder trocar experiência com a sua filha.
Acredito que com o tempo eles acostumam estar conectado com a bomba 24 horas e até esqueçam que ela está ali grudada neles. É como passar a usar um relógio de pulso grande e pesado, nos primeiros dias você sente ele no braço depois esquece que ele está ali.
Bom, espero ter ajudado a vocês.
Boa sorte e que Deus abençoe seu lar."
Esse pai sempre me emociona..
ResponderExcluirFiquei com vontade de colocar a bomba em mim...
Lindo depoimento... Conosco aconteceu bem parecido!!! Cheguei até a desanimar por um tempo... Mas, logo os resultados chegaram e as coisas mudaram...
ResponderExcluirInclusive testei e passei uma semana com a cânula (coloquei duas vezes, lógico)... Realmente a colocação não dói... E ela incomoda um pouco nos 3 primeiros dias, depois nem percebemos mais.... Acostumamos...
Mas cada caso é um caso....
Beijos!