Conforme o combinado, no sábado fomos ao consultório do endocrinologista para a instalação do SIC – Sistema de Infusão Contínua de Insulina, mais conhecido como bomba de insulina. Fomos orientados pela enfermeira que trabalha com o médico, e passamos a manhã de sábado nesta função.
Ocorreu tudo muito bem. A Catarina disse que a instalação, na barriginha dela, da cânula para infusão da insulina não doeu, e já saiu usando. Ao meio dia, já aplicamos a insulina para cobrir a alimentação pela bomba, e 2 horas depois o exame de glicose foi bom (130).
Fomos então para a primeira “prova de fogo”: um aniversário de uma colega da Catarina, em uma dessas casas de festas, com muitos brinquedos, entre eles cama elástica e até touro mecânico.
A Catarina pareceu brincar sem problemas, pulou muito na cama elástica, subiu e desceu em um tobogã inflável, escorregou e até rastejou em brinquedos da festa. No meio da brincadeira, chamamos ela para fazer o exame da glicemia e estava ótima (96).
Voltamos para casa, e como ela comeu doces (que a gente nunca sabe quanto de carboidrato tem), ao deitar a glicemia estava em 300. Resolvemos então aplicar duas doses de insulina, pensando em baixar para 200.
Na madrugada fizemos o exame recomendado pelo médico, e a glicemia estava em 150.
Na manhã de domingo, correria: a Catarina nos acordou reclamando de hipoglicemia. Estava 54. Ela então tomou café da manhã e passou (com as canetas também já tivemos episódios de hipo nesse mesmo horário).
No transcorrer da manhã, a Catarina então manifestou que não estava gostando de usar a bomba. Disse que não durmiu bem, e que não gostava de ter a bomba sempre pendurada nela. Relatou que na festa ficava o tempo inteiro cuidando da bomba.
Realmente, era a nossa grande dúvida como pais: como seria usar algo, permanente, que lembraria sempre do diabete, ainda mais para uma criança (as canetas de insulina, embora exijam várias aplicações durante o dia, são necessárias apenas alguns instantes, o que dá margem para se “esquecer” do diabete).
Por isso a importância do test drive, para o diabético sentir literalmente na pele como é usar a bomba.
Deixamos passar o dia, e ela manteve a decisão de retirar a bomba, preferindo voltar para as canetas de lantus e apidra.
Como é a Catarina que usa, só cabe a ela decidir se quer ou não usar. Como estamos bem adaptados ao outro controle, hoje estamos voltando para as canetas. Se um dia ela quiser voltar para a bomba, vamos tentar novamente.
É isso aí!!! Temos que respeitar as decisões de nossos filhos, afinal são eles quem usam os "instrumentos". O nosso grande papel é orientar e dar força da melhor maneira possível.
ResponderExcluirFelicidades com a família.
Abraços
Silvia
Fico pensando se um dia não é muito pouco???
ResponderExcluirEles tem resistência mesmo ao novo, ainda mais numa festa...
Eu conversaria com ela e tentaria ficar pelo menos uma semana.
Mas vcs conhecem a filha que tem, né! Devem saber melhor. Vittoria também não dormiu bem no primeiro dia... e só no primeiro também... depois se virou, colocou ela dentro da calça e hoje dorme numa boa....
Mas o teste drive tá aí pra isso mesmo....
Com o advento da insulina Lantus, que possibilita uma liberação gradual, sem picos e com duração de 24h, o uso de bombas de insulina é infinitamente pior. Fora isso, uma 'autografada' com a caneta no café, almoço e janta com a insulina Humalog torna a vida de um diabético extremamente normal. As insulinas de ação ultra-rápida permitem que o diabético possa inclusive comer sobremesas daquelas mais deliciosas tipo aquela Cinnamon Oblivion do outback.
ResponderExcluirCaro Coelho:
ResponderExcluirAgradecemos pela sinceridade.
A Catarina adorou suas palavras.
Após ler o seu comentário, ela disse que até hoje sente como se algo estivesse "pendurado" nela.
Acreditamos que, por enquanto, tomamos a decisão certa.
Abraço