sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sagrada Família

A história do Natal pode ser lida de diferentes formas.
Várias lições ela nos dá.
Mas hoje, particularmente, queremos ler a história do nascimento de Jesus pensando no seu aspecto mais humano.
Imaginem como foi a viagem obrigatória para Belém, em cima de um burrinho, com Maria grávida.
Pensem depois na chegada em Belém, a cidade lotada e a família sem um lugar para dormir.
Compartilhem com José a sua angústia de pai de família zeloso, sem encontrar um lugar digno para sua mulher e o seu filho.
Tentem ver o olhar de Maria, mulher exemplar, dando apoio ao seu marido e sendo compreensiva diante de toda a dificuldade, enfrentando o parto em um lugar incerto.
Como deve ter sido angustiante para todos.
Mas mesmo assim ficaram unidos, para enfim terem a maior alegria de todas: o nascimento do seu Filho.
Viveram muitas dificuldades, mas souberam preservar a família para terem o seu Menino.
Diante de tantos outros desafios - como a fuga para o Egito e o sumiço de Jesus no templo - graças à união em família puderam superar tudo.
E ainda que tenha ocorrido há mais de dois mil anos, a Família de Nazaré é uma família atual, onde um pai adotivo aceita com todo o amor a sua mulher grávida e o seu Filho. 

Imagem da Família de Jesus em nossa casa

Muitas vezes, em nossas angústias diárias, podemos nos inspirar nesta Família e na história de Jesus.

Que o exemplo da Sagrada Família esteja presente em nosso Natal, inspirando nossas ações no ano novo!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Chocolate sem culpa

Depois que se descobre o diabetes, a ida ao supermercado nunca mais é a mesma.
Aquilo que era feito muitas vezes sem pensar, passa a ser um ato importantíssimo e com disciplina, pois é das boas compras que se consegue montar um prato mais saudável em casa.

No início, logo após o diagnóstico, a gente não põe mais no carrinho de compras os alimentos com açúcar - com a ilusão de que isso será suficiente. Nesta fase, são lidos todos os rótulos de alimentos, mesmo aqueles com letras minúsculas. Descobre-se então que muita bolacha salgada por aí leva açúcar entre os seus ingredientes.

Com o tempo, aprende-se que isso não é suficiente. Não basta simplesmente cortar o açúcar da dieta. O mais importante é aprender a contar carboidratos, para então aplicar a insulina rápida suficiente para cobrir este alimento. Sabendo que todo carboidrato vira glicose no corpo humano, descobre-se então que alguns alimentos ainda se transformam em glicose de modo mais rápido que o próprio açúcar (é o famoso índice glicêmico, que se aprende depois de já estar iniciado na contagem de carboidratos) Mais adiante, sabe-se que certos alimentos reagem de modo diferente. Vai depender de cada pessoa (para Catarina, por exemplo, o pão-de-queijo tem um índice glicêmico altíssimo). Com todas estas informações, a preferência passa a ser pelos alimentos integrais, com mais fibras e menos carboidratos, e também sem açúcar (tudo isso somado a consumo de muita salada acompanhada de proteína, de modo que o prato na mesa seja o mais equilibrado possível, conforme orientação das nutricionistas).

Agora, na ida ao supermercado, a visita ao setor de dietéticos e lights passa a ser obrigatória. E sempre se vai com a esperança de encontrar algum alimento saudável, com pouco carboidrato ou então com bastante fibra e baixo índice glicêmico (nem falo da esperança em encontrar estes alimentos mais baratos, pois até agora são todos mais caros).

E foi em uma dessas incursões pelos dietéticos e lights que, dias desses, tive uma ótima surpresa em um hipermercado de São Paulo. Em viagem de trabalho, à noite, decidi ir ao Extra que fica próximo ao hotel. E como de costume, procurei o setor de dietéticos. Para minha satisfação, encontrei o Chocolate ao Leite Taeq Light



 É um chocolate da marca do Grupo Pão de Açúcar, onde um tablete de 60g tem só 17g de carboidratos (o que já é pouco, comparando com outros chocolates dietéticos) e, o que é mais supreendente, tem 12g de fibra (fruto de um ingrediente chamado inulina). Mas não é só isso: o chocolate também é gostoso!


Por tudo isso, na caixa no produto consta: "prazer sem culpa". Com tão poucos carboidratos, e ainda com tanta fibra, o chocolate pode ser ingerido com tranquilidade, sem correr o risco de um pico da glicemia. Realmente, "prazer sem culpa". Para a Catarina, por exemplo, dependendo da glicemia que der, não será sequer necessário aplicar insulina rápida, ainda que ela coma todo o tablete.

Fica então a dica, principalmente para aqueles que tem em sua cidade alguma filial da rede de supermercados do Grupo Pão de Açúcar, pois, pelo que entendi, só eles vendem este chocolate.

Moral da história: agora toda vez que o Tio Cirilo, que mora em São Paulo, vem visitar a gente em Porto Alegre, é "obrigado" a trazer alguns tabletes deste chocolate de presente.

Abraço, Ricardo

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Doação de sangue

Na sexta-feira, depois de meses dizendo o que eu queria fazer, consegui enfim doar sangue, e também me inscrever como doador de medula óssea. Fiquei bastante contente, com aquele sentimento de dever cumprido, pois sei que podemos ajudar muitas pessoas com este simples ato.

O que eu não esperava era que isso acabasse dando uma pontinha de tristeza em nossa filha.
Não sei como, mas ela sabia que diabético tipo 1 não pode doar sangue.

Talvez por ver a minha alegria em poder fazer a doação - depois de eu falar durante meses que queria doar - ela acabou percendo que não poderia no futuro fazer este gesto.

- Diabético não pode doar sangue - disse a Catarina com um arzinho de frustração.

Como resposta, sempre iluminada, a Simone disse:
- Mas existem muitas outras formas de ajudar as pessoas. Eu mesmo - complementou - já trabalhei de voluntária em um asilo de idosos.

Estas palavras certas da mãe a tranquilizaram, mas ficaram em mim algumas dúvidas:
- Que outras dificuldades ela enfrentará?
- Que outras angustias ela tem, que a gente não sabe?

Sei que nunca terei a resposta exata para estas e tantas outras dúvidas de pai e mãe. Mas sei que, pelo menos, devemos estar disponíveis para ouvir nossos filhos quando for preciso, deixando espaço para eles se manifestarem. Assim, poderemos ter uma chance maior de ajudá-los, estando próximos e atentos.

Boa semana a todos nestes dias que antecedem o Natal!

Enfeite de nossa árvore de Natal - Santuário de Schoenstatt

Abraço, Ricardo

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Estamos na Revista Sabor & Vida Diabéticos

Como um presente de Natal, em sua edição de Dezembro, a Revista Sabor & Vida Diabéticos (n. 67) publicou um depoimento nosso.























Esperamos que esta reportagem ajude outras famílias, e que possa ser um convite para entrarem em contato conosco.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Rematrícula

 
Tempo de matrículas escolares.
No nosso caso, tempo de rematrícula.
A princípio, um mero ato burocrático. O colégio entrega um envelope com o boleto bancário para pagamento, mais uma ficha-contrato para ser assinada e devolvida na secretaria em data pré-determinada.
Mas desta vez, confesso, que mexeu um pouco comigo.
Matricular a minha filha no 4o. ano do ensino fundamental, acabou dando uma ponta de nostalgia, de sentimento de perda.
Nas vezes anteriores a sensação foi outra, de orgulho, até de alegria, por ver minha menina passando para outro nível no colégio, vencendo mais um ano depois de aprender tanto.
Porém agora, foi diferente.
A rematrícula parece que deixou claro, de modo concreto, que a minha filha está crescendo... Mais, parece que antecipei um sentimento do futuro, imaginando o dia em que tomará seu rumo, autônoma e, quem sabe, longe de nós.
Talvez este seja o nosso maior desafio: preparar nossos filhos para serem independentes. E para nós pais de uma criança diabética, há o desafio real de ensiná-la a se cuidar, mesmo não estando sob o nosso olhar.

Mas agora chega de reflexão, pois é hora de prática: fazer mais um teste de glicemia, antes de dormir.

Abraço, Ricardo

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Viagem sem os filhos

Depois de 2 anos, enfim, eu e a Simone conseguimos dar uma fugidinha e passar, sozinhos, o sábado e o domingo na serra gaúcha. O pretexto foi o casamento de uma colega de trabalho em Garibaldi - RS.

Igreja Matriz São Pedro - Garibaldi/RS


A viagem anterior, só do casal, foi em novembro de 2009, para Rivera, no Uruguai. Mas como morávamos em Santa Maria - RS, fomos e voltamos no mesmo dia. O Miguel ainda não tinha nascido e a Catarina ficou com a Eli, sua querida babá. Lembrar disso, dá um misto de saudade com temor. Saudade de um tempo em que vivíamos sem o controle do diabetes. E temor pelo que podia ter acontecido. Naquela época a Catarina já estava com diabetes, mas ainda não sabíamos, não tínhamos o diagnóstico. Por sorte e por proteção divina, nada aconteceu com ela, embora os níveis de glicose já estivessem alto, pois era o tempo em que ela bebia bastante água e emagrecia rapidamente. 

Para esta  recente "aventura" foi fundamental a confiança em nossa filha e o apoio dos avós maternos, que se disponibilizaram em cuidar dos netos no final de semana (também é muito bom ter o telefone celular a mão, principalmente para auxiliar na decisão da dose de insulina por refeição).

O casamento foi realmente muito lindo e especial (vejam algumas fotos no link que segue : Viviane e André/ O casamento). E a visitação às vinicolas da cidade também foi um ótimo passeio.

Túnel histórico da Vinícola Peterlongo - Garibaldi/RS


Barris de Conhaque na Vinícola Peterlongo - Garibaldi/RS

E para provar que tudo andou bem, temos um ótimo parâmetro - as glicemias:


Dia 03 - sábado
ao acordar: 75 mg/dL
meio-dia: 154
lanche da tarde: 161
final da tarde: 183
janta: 97
ao deitar: 221

Dia 04 - domingo:
ao acordar: 196 mg/dL
meio-dia: 134
lanche da tarde: 89
final da tarde: 174
janta: 143
ao deitar: 182


Em média, para um final de semana (quando as glicemias geralmente são mais altas, pois é mais fácil sair da rotina saudável no sábado e no domingo), até que andaram muito bem as glicemias da Catarina.

Assim, provamos para nós mesmos que é possível viajar sem os filhos, principalmente quando confiamos neles e em quem cuida deles.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Familia Hipertensão

Depois de uma crise de enxaqueca, a Simone foi ao médico, mediu a pressão arterial e bingo: 15 por 8.
Repetiu o teste depois de alguns minutos e deu o mesmo resultado: 15 por 8.
Ela recebeu então um batalhão de exames para fazer e, claro, uma ordem clara do médico para diminuir o consumo de sal.
Pois é.
Depois do açúcar, agora outro "mal branco" passa a ser evitado aqui em casa: o sal.
No caso da Simone, o histórico familiar está influindo, pois tanto o pai dela como a mãe também são hipertensos.

Coincidência ou não, a farmácia estava com uma promoçao da accu-chek: quem comprava 100 tiras de teste de glicemia, recebia um monitor de pressão arterial.



Já aproveitei e agora temos mais um aparelhinho aqui em casa.
E também mais um título: Família Hipertensão.
Ou melhor, mais um motivo para nos unirmos.



Abraço, Ricardo

P.S. Hoje a pressão estava 12 por 8.