terça-feira, 29 de novembro de 2011

Programa de domingo: teatro


A gente não sabe tudo. Ninguém sabe tudo.
Esta é a principal lição da ótima peça de teatro  O menino que vendia palavras”, baseada na obra do Ignacio de Loyola Brandão, que no final de semana passado esteve em cartaz em Porto Alegre.


Foi muito divertido assistir a peça com a Catarina, que no ano passado já havia lido o livro, junto com a sua turma do colegio, por iniciativa da querida Profe. Amanda.

A gente não sabe tudo. Ninguém sabe tudo.
E com o diabetes tipo 1, sempre somos surpreendidos com novidades. Por mais que a gente cuide, por mais que se estude e observe, por mais anotações que se faça, sempre tem algo novo, alguma hiperglicemia sem explicação, ou uma hipo inesperada...

Como diz o Dr. Balduíno, convivemos com a “matemática biológica”, que não é exata, por mais que se anotem carboidratos, doses de insulina, glicemias...



Para quem puder, não deixe de assistir a peça e ler o livro "O menino que vendia palavras".
Boa diversão!
Abraço, Ricardo 

domingo, 27 de novembro de 2011

Programa de sábado: consulta com o médico

Às vezes, até parece que o Dr. Balduino, nosso endocrinologista, é generoso demais ou muito simpático. Outra vez ele disse que estamos indo bem. E é muito bom ouvir isso dele (ainda mais em um sábado, à 1 da tarde), apesar de não termos insistido com a bomba de insulina
Depois da consulta, ficou a impressão de que somos muito exigentes conosco. Sempre há um sentimento de que podemos melhorar. Mas temos que ser assim, pois o diabetes exige controle permanente e se a gente relaxa, as hiperglicemias tomam conta.
O médico gostou da hemoglobina glicada (pois foi menor que a anterior), e também aprovou a maioria das glicemias.
Continuamos com 22 doses de lantus por dia, e a apidra permaneceu na mesma dosagem:
- de manhã, para cada 5g de carboidrato, 1 Ul de insulina;
- ao meio-dia e na janta, para cada 10g de carboidrato aplica-se 1 Ul de apidra; e
- no lanche da tarde, 1 Ul de insulina para cada 15g de carboidrato.
O que mudou foi o fator de sensibilidade. Considerando as médias diárias de insulina aplicada nos últimos 10 dias, o Dr. Balduino calculou que, para cada dose de insulina (1Ul), deve haver a redução de 40 mg/dL.
Também esclarecemos outra dúvida sobre as eventuais hiperglicemias da manhã. Elas podem ser provocadas por hipoglicemias noturnas; como reação, o corpo pode produzir mais adrenalina - já que a lantus "segura" a glicose a ser produzida pelo corpo - o que pode provocar a hiper pela manhã (por precaução, é recomendado medir, algumas vezes, a glicemia na madrugada, por volta das 3 da manhã; e também observar o que foi ingerido na noite passsada, para ver se a hiper não é causada pelo consumo maior de gordura ou proteína).
É isso. Vamos em frente.
Somando carboidratos, aplicando insulinas, anotando resultados..., seguindo adiante.
Abraço, Ricardo

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um bom exame

A1C: 7.4
Em abril a hemoglobina glicada foi 7.8 e em agosto deu 7.9. Agora, 7.4.
Ufa, melhoramos!
Uma boa notícia para a última blue friday do mês.
Mas para poder melhorar ainda mais, amanhã retornamos ao endocrinologista (isso mesmo, amanhã, sábado, às 13h15min, temos consulta com o médico) para ele ver as glicemias e assim verificar as doses de insulina (e desta vez, só vamos nós, os pais - para analisar glicemias a Catarina não precisa ir).
Abraço, Ricardo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Esperando o resultado de outro exame




Outra vez aguardamos o resultado do exame da hemoglobina glicada.
Vamos ver quão “caramelizados” estiveram os glóbulos vermelhos.
Lembro que há mais de dez anos, escutei de um cliente, muito preocupado com a sua saúde, a seguinte afirmação: “temos que cuidar com a caramelização dos nossos órgãos”.
Não poderia imaginar na época que esta expressão um dia seria útil para eu entender o que acontece com quem não cuida do diabetes: a “caramelização dos órgãos”.
E é isso que ocorre com a hemoglobina, que fica marcada ou glicada pelo açúcar em excesso. Com mais glicose sobre eles, os glóbulos vermelhos ficam menos maleáveis (“mais duros”) e, ao longo de anos, caso permaneçam sempre muito glicados, poderão danificar órgãos. Por isso a importância do exame da hemoglobina, que assim atesta quão “caramelizada” ela esteve nos últimos 3 meses.

Esperando o resultado do exame...
De novo aquela expectativa sobre a “nota” do desempenho no último trimestre. Será que passamos? Será que fomos aprovados? Será que tomamos as medidas certas? Será que cuidamos bem da nossa filha? Espera e dúvidas que sempre estão presentes, mas que ficam mais evidentes nesta hora - esperando o resultado de mais uma hemoglobina glicada.

Abraço, Ricardo

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Diabetes não impede que crianças tenham uma vida normal

Quem convive com o DIABETES TIPO 1, sabe como as pessoas fazem confusão com o DIABETES TIPO 2.
Sempre tem alguém para contar alguma história triste do tipo 2, ignorando que o diabetes tipo 1 é diferente. 
Por isso, a gente fica contente quando encontra textos que fazem a distinção entre os dois tipos.
O Jornal Zero Hora de ontem fez uma boa reportagem a respeito, trazendo para o público em geral um pouco mais de informação.
Segue o link da matéria para divulgação.





"Diabetes não impede que crianças tenham uma vida normal"

Boa leitura!

domingo, 20 de novembro de 2011

Noite Feliz!

Acordamos em alta.
Com 290 mg/dL.
E isso tem ocorrido com alguma frequência nos últimos dias.
Já estamos com nova consulta marcada com o endocrionolista, e durante a semana estamos anotando tudo: glicemia testada, carboidratos ingeridos, insulina aplicada.
Enquanto isso, para nossa felicidade, a arte está presente.
A Catarina hoje participou de seu segundo recital de piano.
Foi lindo e emocionante, ainda mais tocando "Noite Feliz", nos preparando para a chegada do Natal.
Segue o modesto vídeo que conseguimos fazer para compartilhar.


Abraço e boa semana.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Carta de esclarecimento aos professores (3ª Blue Friday)

Na última consulta que tivemos com o endócrino da Catarina, que é o presidente do ICD (Instituto da Criança com Diabetes) aqui de Porto Alegre, e também presidente eleito da SBD, gestão 2012/2013, conversávamos sobre a dificuldade de alguns professores compreenderem a diferença entre os sintomas de HIPER e HIPO, no caso da DM1.

Muito experiente que é na área, inclusive como pai, pois tem um filho com diabetes tipo 1, ele nos lembrou da carta de esclarecimento a pais e professores que está disponível no site do ICD. Já conhecíamos esta carta, mas ainda não havíamos utilizado ela. Nas nossas conversas com a escola, sempre falávamos com a professora e coordenação, levando endereços de sites, algum material impresso como folders e cópias de reportagens, mas nada tão direto e enxuto como esta carta de esclarecimento.

Nos próximos encontros com a escola, que ocorrerão em seguida pois o ano já está terminando, levaremos esta cartinha. Mesmo depois de dois anos de DM1, e de informar a escola, pedir, e pedir que todos sejam informados, uma professora confundiu hipo com hiper. Acontece, mas NÃO PODE OCORRER DE NOVO!!!


 









Para não esquecer a Blue Friday, essa foto é da Catarina recebendo um beijo do irmão antes de ir para a escola.

Abraço, Simone.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Alegria nas pequenas coisas

A alegria está nas pequenas coisas, assim diz o ditado popular.
Muitas vezes lembramos disso no dia-a-dia, mas nem sempre colocamos em prática.
Pois recentemente conseguimos concretizar esta lição.
Quando começamos o tratamento da Catarina, a agulha recomedada para aplicação das insulinas tinha o comprimento de 5mm.
Mas em 2011, foi lançada no Brasil a agulha de 4mm.
Assim, a agulha, que já era pequena, diminuiu 1mm.
E nossa alegria foi grande, pois se antes o desconforto da Catarina já era pequeno, com menos 1mm, dificilmente ela reclama das picadas necessárias para as aplicações de insulina.
Por isso, em pleno dia mundial do diabetes, podemos dizer: a alegria nas pequenas coisas (neste caso, em 1mm).

sábado, 12 de novembro de 2011

Blue Friday


Hoje é o segundo blue friday do mês.
Também hoje faz 2 anos que começamos a nossa jornada com o diabetes (foi em 11 de novembro de 2009 que recebemos o diagnóstico).
Na tevê, o Globo Repórter exibiu uma bela reportagem sobre pessoas que precisaram de transplantes.
Todos nos emocionamos.
A Catarina disse que vendo estas pessoas, ela lembrava que também tinha uma parte do corpo que não funcionava. Podemos dizer então para ela que, no seu caso, pelo menos temos remédios, que tornam a vida dela normal.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O filho eterno

"Assim, em um átimo de segundo, em meio à maior vertigem de sua existência, a rigor a única que ele não teve tempo (e durante a vida inteira não terá) de domesticar numa representação literária, apreendeu a intensidade da expressão "para sempre" - a ideia de que algumas coisas são de fato irremediáveis, e o sentimento absoluto, mas óbvio, de que o tempo não tem retorno, algo que ele sempre se recusava a aceitar. Tudo pode ser recomeçado, mas agora não; tudo pode ser refeito, mas isso não; tudo pode voltar ao nada e se refazer, mas agora tudo é de uma solidez granítica e intransponível; o último limite, o da inocência, estava ultrapassado; a infância teimosamente retardada terminava aqui"

Este é um pequeno trecho do corajoso e premiado romance autobiográfico de Cristovão Tezza, "O filho eterno", onde ele conta parte da sua experiência como pai de uma criança especial.

Confesso, sinceramente, que me identifiquei com o personagem, ainda mais com este trecho. Ao receber o diagnóstico do diabetes da Catarina também tive esta sensação concreta, sólida, real, tangível, de que algo agora era "para sempre", e que não podia ser remediado.

Por isso, em tempo de Feira do Livro de Porto Alegre, resolvi dar esta dica de leitura, pois se trata de uma bela história de um homem aprendendo a ser pai.




Boa leitura!
Abraço, Ricardo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Borboleta Azul



No espírito do Blue Fridays, tiramos uma foto vestidos de azul e encontramos esta linda história contada pelo Fernando Pessoa:

"A BORBOLETA AZUL

Havia um viúvo que morava com suas filhas curiosas e inteligentes.
As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder, outras não.
Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina.
O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar.
Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder.
Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
“O que você vai fazer?” – perguntou a irmã.
“Vou esconder a borboleta em minhas mãos e
perguntar se ela está viva ou morta.
Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar.
Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e
esmagá-la. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!”
As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.
Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
Depende de você... ela está em suas mãos!!!
Assim é a nossa vida, o nosso presente e o
nosso futuro.
Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado. Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos (ou não conquistamos).
Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta azul...
Cabe a nós escolher o que fazer com ela."